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Ronaldinho deu mole (e tudo o que Ceni queria para pilhar geral) ao chamar jogo da vida do Tricolor de “grande treino”. Agora segure a bucha, Galo

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ronaldinho gaucho galo 2 bruno cantini Ronaldinho deu mole (e tudo o que Ceni queria para pilhar geral) ao chamar jogo da vida do Tricolor de grande treino. Agora segure a bucha, Galo

Bruno Cantini / Divulgação / Agência Galo

 

Final de primeiro tempo de São Paulo X Atlético-MG no Morumbi, pela última rodada do Grupo 3 da Libertadores 2013, noite desta quarta-feira (17).

 

Zero a zero.

 

O São Paulo precisava vencer de qualquer maneira para passar à fase de mata-mata.

 

O Galo, classificadíssimo em primeiro lugar no grupo e em toda competição, com 100% de aproveitamento até então (15 pontos em seus cinco primeiros jogos), jogava solto, relaxado, com o burro na sombra, nadando de braçada.

 

Seu único objetivo era, pelo menos, evitar a vitória do São Paulo para eliminar de seu caminho, e também do próprio torneio, um brasileiro forte e eternamente colocado entre os candidatos ao título de qualquer coisa que dispute.

 

Pois bem: ao final desta primeira etapa disputada mas tecnicamente amarrada e feiosa, praticamente sem conclusões a gol, eis que o meia do Galo Ronaldinho Gaúcho saiu-se com essa:

 

- A gente tem que pegar esse segundo tempo para se divertir. É um grande treino para a gente. Isso é o que importa.

 

Resultado: R10 e seus parceiros foram moídos no segundo tempo, deixaram o Morumbi com 2 a o na caixola e ressuscitaram um São Paulo praticamente morto na competição.

 

Classificado como último segundo colocado, o Tricolor, tricampeão da Libertadores e tri mundial de clubes, experiente nessa bagaça que só, vai pegar, vejam só, justamente o Galo na próxima fase, as oitavas de final, a primeira do mata-mata.

 

O jogo de ida será no Morumbi, daqui a duas semanas.

 

O de volta, no bonito Estádio Independência, em Belo Horizonte.

 

Ou seja: o Galo tirou o São Paulo do caixão e mergulhou, ele mesmo, no divã do psicanalista.

 

Sim, porque com a fama, construída na últimas décadas, de arrebentar no início e no meio das competições nacionais e internacionais e, depois, confessar gostoso no final, entregar a rapadura sem maiores resistências na hora D, a da decisão (como fez, depois de várias outras vezes, no Brasileirão 2012), o Galo, muito mais do que bons treinamentos, precisará mesmo é de boas sessões de análise nestes próximos 15 dias, até o primeiro confronto com o Tricolor, no mesmo Morumbi da derrota da quarta (17).

 

Por todos os fatores enumerados acima (a força do São Paulo, a tradição na disputa da Libertadores, a motivação extra por ter sobrevivido quando quase todos o consideravam morto, a fama de entregador do Galo no final), o enjoado assumido Rogério Ceni, o tranquilo mas esperto (e, por sinal, mineiríssimo) Ney Franco e a empolada cartolagem tricolor nem precisavam de mais nada para tocar fogo na auto-estima tricolor, pilhar o grupo, incendiar seus torcedores e partir com tudo, com raiva e com razão para cima do time mineiro.

 

Nem precisavam. Mas tiveram. Ronaldinho deu de mole, de bandeja.

 

Inocente como jamais se poderia esperar, R10 deu a Rogério Ceni tudo o que ele precisava e queria para motivar seus companheiros a fazer de tudo para enterrar o Galo na competição.

 

Às 9h da manhã desta quinta-feira (18), R10 tentou - sem muita determinação, é verdade - consertar o vacilo em dois posts no Twitter:

 

- O q quis dizer foi q o jogo foi importante p/ que os jogadores do Atlético entendessem o q será a fase de mata-mata, em q não se pode errar. Não podemos errar contra uma equipe como a do São Paulo. O nosso respeito pelo adversário é muito grande.

Não creio que tenha adiantado.

E, de qualquer forma, parece ser tarde: neste momento, Ceni (que havia ironizado R10 ao final da partida dizendo que "agora eles terão um adversário para jogar sério"), Ney Franco, o grupo e os torcedores estão com a faca nos dentes para enfrentar o Galo de confiança retomada e certeza de que tem condição de deixar o time mineiro e qualquer outro brasileiro pelo caminho numa Libertadores.

O primeiro jogo, no Morumbi, será chave: se o Tricolor colocar, por exemplo, dois gols de frente, como fez na quarta (17), sei não, mas creio que, para o Galo, será babau, um abraço, um até amanhã, um beijo no gaiteiro e um abraço no pipoqueiro.

Em competições nacionais e internacionais, onças do porte do São Paulo são perigosas até com corrente, carne na boca e carinho no cangote feito de longe, com ponta de bambu.

Que dirá dando um mole desse porte com uma provocação barata como a feita por R10.

Vinda de um cara experiente e vencedor como ele, é difícil de entender.

Quase inacreditável.

Agora, Galo, aguente a bronca, segure a bucha, firme no rojão.

Porque apostem sem medo de errar: o troco virá pesado.

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